“Querem favorecer a Argélia?” — Chiquinho Conde acusa o destino, exige justiça e promete lutar pelo “lado vermelho da história”
Maputo — Na conferência ontem-à-noite, Chiquinho Conde, treinador dos Mambas, não só assumiu que a equipa esteve desorganizada no confronto com a Argélia, como insinuou que nem tudo será apenas culpa do desempenho em campo — há feridas maiores, que traduzem uma batalha fora do relvado.
“Todas as estratégias falharam, mas mais do que isso, sentimos que o tabuleiro estava inclinado contra nós,” declarou Conde. Segundo ele, a Argélia, favorita do grupo, joga com privilégios que vão além das quatro linhas — da estrutura organizativa à logística, passando por decisões que, segundo o técnico, favorecem a Seleção argelina.
Apesar de admitir que os três golos sofridos no primeiro tempo foram fruto de erros próprios, voltou a frisar: “Há jogos que se vencem fora do campo. Quando há desequilíbrios que não dependem de quem veste a bola.”
Para Conde, a derrota por si só não encerra todo o drama: “O sonho do Mundial continua, mas não podemos fingir que o jogo é só entre jogadores. Há interesses acima de nós que exigem vigilância.” Ele prometeu que os “Mambas” vão lutar até ao fim, não apenas nos 90 minutos, mas contra o que considera serem “injustiças invisíveis.”
Também deixou um recado aos dirigentes do futebol moçambicano: se não houver uma mudança sistemática — desde melhores condições de transporte, estadia, preparação, até transparência nas decisões da CAF ou da FIFA –, “vamos continuar como carne para canhão.” E questionou: “Como é que se prepara uma equipa para enfrentar adversários se nem ao menos temos garantias de igualdade?”
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