A Luta dos Barões: Famílias Nyusi e Guebuza em Conflito Aberto pelo Controlo das Minas em Moçambique
Nos corredores do poder moçambicano, intensifica-se uma batalha silenciosa, mas de proporções gigantescas, entre duas famílias que marcaram – e ainda marcam – a história política e económica do país: a família Nyusi e a família Guebuza.
O campo de guerra? As minas e os recursos minerais estratégicos, considerados o “ouro do século XXI” para Moçambique. Fontes próximas de círculos empresariais e governamentais descrevem este embate como uma verdadeira luta de barões, onde cada passo é calculado e cada contrato assinado pode redefinir alianças internas e externas.
De um lado, está a família do atual Chefe de Estado, Filipe Nyusi, que, segundo analistas, tem buscado consolidar o seu poder não apenas no cenário político, mas também no setor mineiro, visto como a maior fonte de riqueza futura do país. Do outro lado, a poderosa família Guebuza, com uma longa experiência de negócios e com redes de influência ainda muito ativas desde a era do antigo Presidente Armando Guebuza.
As tensões aumentaram quando começaram a surgir denúncias de que empresas ligadas a ambas as famílias estariam em choque direto por concessões mineiras, especialmente nas regiões ricas em carvão, gás e rubis. O que inicialmente parecia apenas uma competição empresarial tornou-se num duelo político-económico, capaz de abalar os alicerces do próprio partido no poder, a Frelimo.
Especialistas alertam que esta disputa pode não só comprometer investimentos internacionais, mas também acentuar divisões internas no seio da elite política moçambicana, num momento em que o país enfrenta grandes desafios sociais e económicos.
Enquanto os barões disputam o controlo das riquezas subterrâneas, cresce a indignação popular: até que ponto as famílias no poder continuarão a enriquecer à custa do povo, enquanto a maioria vive em condições de extrema pobreza?
Para muitos, esta luta é mais do que uma guerra por recursos. É o reflexo de um choque de titãs, onde a sobrevivência política e o domínio económico caminham lado a lado, deixando Moçambique à beira de um novo capítulo de instabilidade
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